BR-232: Jarbas diz que Eduardo é mentiroso e quer fazer povo de ''idiota''

Depois da nota enviada pelo PMDB de Pernambuco, nesta segunda-feira (25) foi a vez do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) rebater pessoalmente o anúncio de página dupla veiculado pelo Governo do Estado nos jornais de ontem sobre a degradação da BR-232. Jarbas chamou o governador Eduardo Campos de mentiroso e afirmou que ele tenta fazer o povo de "idiota".
O anúncio do domingo, em resposta a matéria publicada na semana anterior, diz que os problemas estruturais da rodovia são culpa de falhas na construção, durante o governo Jarbas-Mendonça Filho. De acordo com a publicidade oficial não basta apenas fazer a conservação da via, "mas sua verdadeira reconstrução". Ao sair do velório do ex-deputado federal José Mendonça Bezerra (DEM), Vasconcelos rebateu as críticas de Eduardo. "Ele quer fazer em Pernambuco o povo de bobo, de idiota. Não vai fazer nunca. Pode fazer momentaneamente, como está fazendo, gastando dinheiro público para nos agredir, dinheiro do governo para agredir a mim, ao meu partido, o PMDB. Isso deve ser rechaçado", argumentou.
Jarbas acusou Eduardo de deixar a estrada chegar ao nível de degradação que apresenta hoje propositalmente. "Ele queria que se desgastasse para mostrar que uma obra importante como esta, na cabeça dele, foi uma obra inútil".
O ex-governador de Pernambuco rebateu também a afirmação feita na publicidade de que a administração pré-Eduardo Campos gastou, entre 1999 e 2004, "mais de R$ 500 milhões pertencentes aos pernambucanos, obtidos com a privatização da Celpe" para duplicar a rodovia que, segundo o informe publicitário, deveria durar 30 anos. "Quem privatizou a Celpe não fomos nós. Quem privatizou a Celpe foi o avô dele, Dr. Miguel Arraes de Alencar, e ele, como secretário da Fazenda, que enviou para esta Casa (Alepe) a mensagem. Vocês todos se lembram disso. Lembram que ele pediu R$ 700 milhões antecipados ao BNDES e desses R$ 700 milhões, R$ 300 milhões para construir a BR-232. E na nota paga pelo pelo Governo com dinheiro público ele nos agride dizendo que gastamos R$ 500 milhões com a obra. Só posso dizer que isso descamba para a falta de personalidade, da falta de caráter do governo em geral".
Jarbas encerrou a entrevista chamando o governador de mal caráter e mentiroso. "Um ato de profundo mal caratismo, deixar uma estrada mal tratada e depois de quatro anos e meio de governo vir a público falar sobre a verdade. Na verdade são as mentiras sobre a BR-232. É um governo que não merece nenhuma complacência por parte da oposição. Não merece nenhuma benevolência por parte da oposição. Está no segundo mandato. Já deveria ter aprendido a não mentir e a respeitar a opinião pública".
No domingo, o governo defendeu que a publicação do anúncio não era uma provocação, mas sim trazer "a verdade" sobre os fatos. "Essa atitude não visa alimentar velhas rixas políticas que tantos prejuízos trouxeram a Pernambuco. Objetiva restabelecer a verdade dos fatos, tratando-os de forma transparente perante a sociedade", afirma a introdução da publicidade que também qualifica a duplicação da BR-232 como "obra símbolo" do governo anterior. "O atual governo reconhece esse fato e deu continuidade, no trecho Caruaru/São Caetano", informava a publicação.
O anúncio enumera falhas que teriam sido apresentadas "antes mesmo de ter a obra concluída": placas de concreto quebradas, soltas ou trincadas e com espessura inferior ao previsto no projeto, ferragens expostas, buracos e afundamentos, desgaste precoce do asfalto, inexistência, insuficiência ou inadequação da drenagem, deficiência na selagem das juntas, vazio sob as placas, uso de cimento inadequado.
O Governo de Pernambuco indica que os erros foram apontados por instituições como Escola Politécnica de São Paulo (22 de dezembro de 2004), Tribunal de Contas da União (29 de agosto de 2005) e Tribunal de Contas de Pernambuco (6 de setembro de 2006). O anúncio publicado neste domingo traz cópias de documentos dessas instituições com trechos destacados.
O anúncio indica ainda que a Procuradoria Geral do Estado ingressou em 2007 - primeiro ano da gestão Eduardo Campos - com uma ação judicial contra as empresas que elaboraram o projeto e executaram a obra e justifica o não recebimento de recursos federais. "As irregularidades constatadas, pela sua gravidade, terminaram por impedir que o Estado de Pernambuco recebesse do Governo Federal parte dos recursos próprios aplicados na obra, que sequer foram formalmente pleiteados pelo governo anterior junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)".
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